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Enfermagem aposta no acolhimento para aumentar a doação de órgãos

De acordo com a coordenadora do setor, Ana Paula Neves, com todo o trabalho, a doação aumentou em 117% entre 2016 e 2017

20.07.2018

Dra. Ana Paula Silva Neves

Para vencer barreiras e aumentar a doação de órgãos, a equipe de enfermagem da OPO (Organização de Procura de Órgãos), da Santa Casa de Campo Grande, aposta no acolhimento aos familiares que perdem um ente. De acordo com a coordenadora do setor, Ana Paula Silva Neves, com todo o trabalho, a doação aumentou em 117% entre os anos de 2016 e 2017, no primeiro semestre deste ano já foram realizados 25 doações totalizando 34 rins, 13 fígados e dois corações.

O OPO é responsável por todo o Mato Grosso do Sul, com uma equipe de dez pessoas, sendo quatro técnicos de enfermagem, quatro enfermeiros, um médico e um auxiliar administrativo, o grupo faz o acolhimento dos familiares que perdem um parente por morte encefálica.

“Quando o médico confirma o diagnóstico da morte, nós chamamos a família e explicamos a gravidade do caso. Nesse momento eles já ficam sobre nossa responsabilidade”, explicou a enfermeira Paula Silva.

Ana Paula explicou também que, quando o paciente neurológico grave evolui para morte cerebral, sua equipe passa todas as informações aos familiares. Informações que explicam a situação do paciente e como é a morte encefálica.

No primeiro momento, ainda de acordo com a responsável pela enfermagem do setor, não se fala sobre a doação. O assunto só é abordado quando o médico, de fato, dá o diagnóstico da morte. “Nós desvinculamos a doação de órgão da morte cerebral”, explicou.

A coordenadora do OPO disse ainda que muitas pessoas não entendem e não aceitam o quadro clinico da vítima, desse modo é importante a abordagem da equipe para explicar os detalhes.

“Na morte cerebral existem apenas dois caminhos, desligar os aparelhos ou a doação. A única coisa que me permite a continuar com esse paciente no hospital é a doação dos órgãos, caso contrário preciso, legalmente, desligar os aparelhos”, afirmou Dra. Ana.

Conforme a equipe do OPO, a opinião da família sempre é respeitada e caso e resposta seja não, essa decisão é soberana.

“Nesses casos nunca colocamos a nossa opinião, nós tentamos convencer a família de que já não tem mais o que fazer. E infelizmente o rim ou o fígado morrem também e por que não ajudar outras pessoas?”, questiona Ana ao falar com familiares resistentes a doação.

A equipe da procura de órgão tenta também entender o a resposta negativa dos que não permitem o procedimento. Existem pessoas que acreditam que a vítima pode sentir dor no momento da retirada do órgão, possibilidade descartada pelos especialistas.

Alguns não querem que seu parente chegue ao céu sem seus órgãos, outros acreditam em milagres e acreditam que a vítima de morte cerebral pode ressuscitar.

Destaque da equipe

A Dra. Ana Silva ressalta que sua equipe é muito importante na captação de órgão e aponta o envolvimento de todos nos bons resultados. “Destaco, em nosso trabalho, o acolhimento e o envolvimento que temos com toda a família, pois todos do setor têm empatia com a família do paciente”, declarou.

“Fazendo uma retrospectiva, nós sempre fomos uma comissão interna do hospital, isso há um ano. Nós tínhamos apenas um enfermeiro e quatro técnicos de enfermagem, além de um médico que não era exclusivo do setor”, lembrou.

Foto: Assessoria Santa Casa

Já nesse período de um ano a equipe passou a ser, efetivamente, uma organização de procura com financiamento do Ministério da Saúde, dessa forma o setor conseguiu formar um grupo maior. “O reflexo disso foi o aumento de captação do ano de 2016 para 2017 o que representa uma elevação de 110%”, apontou Ana.

De acordo com os números da Santa Casa, de janeiro a junho deste ano, foram diagnosticadas 65 mortes encefálicas, 23 dos casos foram recusados pelos médicos. Houve 43 entrevistas (de familiares sobre doação), sendo que 18 não aceitaram e 25 permitiram a retirada dos órgãos o que totalizou 34 rins, 13 fígados e dois corações.

 

 

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