Após notícia de demissão em massa, Coren-MS inspeciona Hospital Adventista do Pênfigo


22.08.2022

Foi informado pela administração do hospital que a redução do quadro funcional não tem relação com a implementação dos reajustes salariais

Enfermeiros fiscais do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Coren-MS) estiveram no Hospital Adventista do Pênfigo de Campo Grande (MS), para verificar a suposta demissão em massa de profissionais, ocorrida no dia 11 de agosto, conforme noticiado pelos sites de notícias.

O motivo era questão salarial atrelado ao Piso Salarial, aprovado em lei (14.434/22) que fixou como salário mínimo inicial para os enfermeiros o valor de R$ 4.750,00 a ser pago pelos serviços de saúde públicos e privados. Nos demais casos, proporcionalidade de 70% do piso dos enfermeiros para os técnicos de enfermagem (R$ 3.325,00) e 50% para os auxiliares de enfermagem e parteiras (R$ 2.375,00).

O Sefis (Setor de Fiscalização) abriu Processo Administrativo para apurar os fatos e verificou que, realmente, foram demitidos 18 profissionais de enfermagem, mas em decorrência do fechamento de uma unidade, o (Centro de Terapia Intensiva) CTI II. Os fiscais ao visitarem o hospital constataram que o fechamento do setor condiz com o quantitativo de profissionais demitidos.

Foi informado pela administração do hospital que a redução do quadro funcional não tem relação com a implementação dos reajustes salariais, mas com a diminuição dos leitos hospitalares. O presidente do Coren-MS, Dr. Sebastião Duarte, frisa a importância das instituições de saúde que ainda não implementaram o Piso Salarial que o façam, no sentido de reconhecer e estimular o trabalho de importantes profissionais de saúde à sociedade, visto que no momento atual muitos profissionais abandonam a profissão em decorrência de precarização na remuneração que oscila, cerca de 1 salário mínimo para técnico de enfermagem e pouco mais de 2 salários mínimos para enfermeiros. “Os valores propostos na Lei 14.434/22 não são exorbitantes, mas corrigem a desigualdade e conferem mais dignidade ao trabalho da enfermagem”, explica Dr. Sebastião.

Em respeito aos 29.486 profissionais de enfermagem do Mato Grosso do Sul, que diuturnamente trabalham em prol da saúde da sociedade, deveria ser destacado que não se trata de “novo piso”, esse jamais existiu, motivo da precarização salarial e do abandono da profissão por diversas pessoas

Moção de Repúdio

A propósito da reportagem do jornal Correio do Estado, sobre “Novo piso salarial para a enfermagem estrangula hospitais de Campo Grande”, o Coren-MS encaminhou Moção de Repúdio, pela preocupação da matéria publicada colocar a população contra os profissionais de enfermagem.

Dados públicos disponíveis no site do Coren-MS (Enfermagem em Números) registram a maioria serem técnicos de enfermagem e 84% do sexo feminino, ou seja, são os que detém os menores salários e exercem até tripla jornada, considerando o trabalho doméstico, a criação de filhos, entre outras tarefas.

“É preciso conhecer as lutas dos profissionais, há décadas busca regulamentação de leis trabalhistas. O que será da sociedade sem os profissionais de enfermagem? O que se tem na lei 14.434/2022 é menos de quatro salários mínimos para enfermeiros, menos de três para técnicos de enfermagem e menos de dois para auxiliares de enfermagem, esses valores são os que causarão desequilíbrio financeiro às instituições de saúde? São os profissionais de enfermagem os detentores de salários exorbitantes? Busquem criticar quem merece e respeitem os profissionais de enfermagem”, diz trecho da Moção de Repúdio.

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