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A técnica que salva vida, um ato de heroísmo prestes a completar dois anos

“Entrei no curso técnico de enfermagem por impulso, mas depois fui pegando amor", disse Bruna Moraes

19.06.2018

Gabriel e Bruna (Foto: arquivo pessoal)

Em mais uma tarde, de julho do ano de 2016, em Campo Grande, onde o trânsito próximo a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) rasgava os ouvidos das pessoas com buzinas e ruídos dos motores dos veículos, o que é normal em dia de semana, um fato transformou de vez a vida da técnica de enfermagem, Bruna Moraes de Souza, de 29 anos, quando o seu caminho cruzou com o do jovem estudante de química, Gabriel Nunzio Terron, 21 anos.

Naquele momento poderia ser o último dia deste jovem entre os vivos, pois o seu coração quis parar, isso mesmo! O seu coração, jovem, não queria mais pulsar.

Gabriel, então, começou a passar mal no ponto de ônibus que ficara próximo a um Atacadista na avenida Costa e Silva perto da UFMS. Todos que estavam em sua volta, cada um com o seu destino traçado aguardando o seu coletivo, se desesperam, a técnica de enfermagem no carrinho de cachorro quente de sua mãe, apenas observava o movimento e achou que não era nada de mais.

Porém, no instinto da profissão, Bruna vai até o ponto de ônibus e se depara com um rapaz que estava morrendo, isso mesmo, termo forte, mas real, Gabriel estava tendo uma parada cardiorrespiratória. Mas Bruna age, e sem pensar duas vezes, conhecendo os sintomas, com sua técnica que aprendeu no dia a dia da profissão, começa a fazer a massagem de reanimação e por vários minutos ela mantém a vítima viva e pede que as pessoas chamem o socorro.

E sem cessar até a chegada dos médicos do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) Bruna salva a vida do estudante naquela tarde que perecia ser apenas mais uma. E a partir deste dia o destino dos nossos personagens se mantém cruzados até hoje, pois o que poderia ser uma tragédia, como em um filme, teve um final feliz.

“Eu não salvei a vida do Gabriel para ter méritos, eu nunca nem vi ele, no primeiro momento fiquei com medo de ir até o jovem que estava no chão”, lembrou.

“Não é aconselhável que qualquer pessoa realize a massagem cardíaca, tem que ter a técnica”, alertou Bruna.

“Gosto do que faço, sou humana”

Bruna revelou que sentiu o amor pela área logo no estágio. “Entrei no curso técnico de enfermagem por impulso, mas depois fui pegando amor pela profissão. É no primeiro estágio que percebemos se temos a humanização ou não, é um contato muito diferente que praticamos com os pacientes”, relatou.

Conforme a profissional, tem pessoas que entram na profissão apenas para ser mais um e simplesmente ganhar dinheiro. Ela conta que nunca fez muito plantão, sempre trabalhou no seu limite e que gosto do que faz. E com todo esse amor, a corajosa Bruna disse que não poderia ter virado as costas para Gabriel, pois ela sente prazer em ajudar as pessoas. “Sou humana a enfermagem é o meu lugar, não saio mais dessa vida, se for preciso salvar mais pessoas eu salvarei”, afirmou.

Após dois anos, profissional ainda recebe homenagens

Bruna exibe placa de homenagem que recebeu do Coren-MS (Foto: Arquivo pessoal)

Bruna Moraes disse que até hoje mantém contato com Gabriel e sua família, e que o jovem estudante de química não se cansa de agradecer pelo dia em que foi salvo.

“Eu estava no lugar certo, na hora certa e consegui salvar o Gabriel. É ótimo salvar a vida de alguém, é maravilhoso, o salvei na rua sem suporte algum, e isso me leva a refletir como tantas pessoas morrem dentro dos hospitais?”, questionou.

Por esse ato heroico a profissional não foi esquecida, e mesmo passado quase dois anos, ela recebeu do Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul) uma placa de homenagem na Semana de Enfermagem que foi realizada no início do mês passado na UFMS.

 

 

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