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Avanço contra o aneurisma


10.04.2013

O problema mata em média 6,5 mil pessoas por ano no Brasil e está ligado à hipertensão e ao tabagismo. A cirurgia endovascular ganha espaço por ser menos invasiva que a operação convencional

Cerca de 6,5 mil pessoas morrem anualmente no Brasil por aneurisma. Dados do Ministério da Saúde indicam que, em 2010, foram 6.680 óbitos, dos quais 4.016 no Sudeste, 1.063 no Sul, 977 no Nordeste, 456 no Centro-Oeste e 168 no Norte.

O problema é caracterizado por um enfraquecimento da parede arterial ou de uma sobrecarga dela. A dilatação localizada e permanente da artéria é considerada um aneurisma quando é maior do que 50% do seu diâmetro normal. Os tipos mais comuns são o aneurisma cerebral, o da aorta abdominal e o da aorta torácica. Há algumas doenças que predispõem a formação dos aneurismas, como rins policísticos, coarctação de aorta e displasia fibromuscular, e são raros os casos congênitos. Segundo especialistas, um dos principais fatores de risco para o surgimento do problema é o fumo, mas há outros, como o consumo abusivo de álcool e drogas. Outro dado é que mais de 50% dos pacientes com aneurisma são hipertensos.

No caso dos aneurismas cerebrais, um dos tratamentos que vêm ganhando espaço na medicina é a cirurgia endovascular, por ser considerada menos invasiva que a convencional aberta, quando é feita a abertura no crânio. “Estudos mostram que esse tratamento é bastante eficaz, com menor risco em relação à cirurgia aberta, principalmente nos casos de aneurisma roto (hemorragia cerebral). Os materiais para tratamento endovascular têm evoluído constantemente, como as micromolas (de diferentes formas e tamanhos), stents, microcatéteres e microguias”, explica o neurocirurgião endovascular Francisco de Lucca Jr.

Quando o médico opta pela cirurgia convencional, ele abre o crânio do paciente, localizando e expondo o aneurisma. Na sequência, o exclui com um pequeno pregador, chamado clipe cirúrgico. No caso da cirurgia endovascular, também chamada de embolização, a oclusão do aneurisma se dá por meio de um catéter. Nesse caso, não há abertura do crânio, pois a cirurgia é feita na maioria das vezes pela virilha (por meio da artéria femoral). Um catéter passa pelas artérias até chegar ao interior do aneurisma. São injetados espirais, chamados de coils, que permanecem no interior do aneurisma, diminuindo a circulação e a pressão do sangue (veja infografia).

Sintomas

O quadro clínico típico do aneurisma cerebal é uma dor de cabeça súbita e extremamente forte. “Isso ocorre porque a dilatação progressiva do aneurisma vai deixando a parede cada vez mais fina, até que ela não resiste e se rompe. Esses casos são extremos e muitas vezes levam à morte”, acrescenta o neurocirurgião Lucca Jr.

Além de dor de cabeça, a pessoa pode ter alterações de consciência, desorientação, crise convulsiva, paralisias e coma. A maioria dos casos dos aneurismas que não rompem é assintomático, podendo ocorrer dor de cabeça localizada, compressão de nervos oculares, levando a alterações da visão, estrabismo e visão dupla. No caso de um aneurisma grande, os distúrbios relatados são de sensibilidade e comprometimento de movimentos da pessoa.

A maior complicação dos aneurismas é sua ruptura, causando hemorragia severa. “Embora tenha potencial para aparecer em qualquer vaso, é extremamente importante localizar um aneurisma no cérebro e na maior artéria do organismo, a aorta, em seus segmentos torácico e abdominal devido às lesões que uma ruptura pode provocar no corpo”, diz o cardiologista e clínico geral José Raimundo Caiaffa.

Quando os aneurismas se rompem, deixando o paciente em estado grave, podem levar à morte em 30% a 40% dos casos. “Entre 20% e 35% dos pacientes evoluem desse estágio, mas ficam com sequelas moderadas a graves, e entre 15% e 30% dos casos evoluem bem com mínima ou nenhuma sequela”, acrescenta Francisco de Lucca Jr.

Personagem da notícia

Intervenção sem sequelas

Ela seguia para o trabalho quando sentiu uma forte dor de cabeça, de início súbito e associada a náuseas e vômitos. Procurou atendimento médico em Belo Horizonte e foi avaliada por um neurologista. Na sequência, a médica cardiologista Fernanda Figueiredo foi submetida a uma tomografia computadorizada do crânio que mostrou uma hemorragia cerebral à direita. Em seguida, foi indicada a realização de uma angiografia cerebral de urgência. O exame mostrou um aneurisma cerebral roto em artéria cerebral média direita. “Foi indicado o tratamento com a embolização do aneurisma, realizado com sucesso, dispensando a cirurgia convencional, que é muito mais agressiva e com maior risco de sequelas. Permaneci por 11 dias no CTI devido à hemorragia cerebral, mas tive uma excelente recuperação, graças a Deus e a toda equipe do hospital. Não tive sequelas e pude retornar normalmente às minhas atividades, sem restrições, inclusive aos exercícios físicos, atividades profissionais como médica e à dedicação ao meu filho de 3 anos.” Dezoito meses depois da embolização do aneurisma, Fernanda recebeu do neurocirurgião a notícia de que não precisa mais fazer exames de angiografia de controle e que pode, inclusive, engravidar novamente.

Fernanda Azevedo Figueiredo, médica cardiologista, 35 anos

Fonte: Correio Braziliense

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