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Força Nacional constata déficit de profissionais e sobrecarga de trabalho na Enfermagem de MS

Ação abordou 3,2 mil profissionais da Enfermagem em quatro dias em campo, quantitativo que representa 15% da classe em MS

25.08.2017

A Força Nacional de Fiscalização do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem concluiu os trabalhos na Capital, nesta sexta-feira (25). Após fiscalização minuciosa nas principais instituições e postos de atendimento de saúde, diversas situações consideradas graves foram constatadas, tais como medicamentos vencidos, pacientes internados em cadeiras, estrutura precária, mas a que predomina é a sobrecarga ao profissional da Enfermagem.

Também foram registradas situações relacionadas a estrutura física, casos em que ela está completamente inadequada, nesta incluem-se, buracos no teto de sala de esterilização do CME e realização de reforma em setor de internação de pacientes. Situações que interferem diretamente no exercício profissional de Enfermagem e que oferece risco e desconforto aos pacientes e aos trabalhadores da instituição.

“A cada instituição, diferentes irregularidades foram encontradas, porém o déficit de profissionais nas instituições chama a atenção. A sobrecarga de trabalho associada a alta demanda provoca um acumulo de atividades, que colocam em risco o exercício dos profissionais e a saúde dos pacientes. Aliado a tudo isso ainda foram verificadas questões relacionadas a estrutura, insumos e condições gerais do trabalho que agravam ainda mais a situação encontrada in loco nas unidades”, destaca a coordenadora da ação e membro da câmara técnica de fiscalização do Cofen, Dra Luana Ribeiro.

Santa Casa – No maior hospital do Estado, foram necessários dois dias intensos de trabalhos. Situações críticas foram encontradas e registradas pelos fiscais como irregularidades.

Entre as principais ocorrências, um paciente entubado, utilizando ventilação mecânica alocado em sala cirúrgica desde a noite anterior aguardando leito para internação, enquanto a fiscalização ocorria, o mesmo foi mantido no local, sem alteração.

Outras constatações foram na questão de medicamentos. Um remédio de uso controlado foi encontrado vencido, disponível para uso na UTI. Já na clínica psiquiátrica, verificada outra medicação também de uso controlado à disposição, sobre uma mesa, a qual deveria estar acondicionada em local fechado e de acesso restrito.

Averiguado ainda o exercício ilegal da profissão de Enfermagem, onde o auxiliar estava atuando diretamente com paciente grave, sendo que este profissional somente pode exercer atividades simples e de natureza repetitiva, o que não condiz com o perfil de paciente grave que exige cuidados complexos.

Na psiquiatria não existe enfermeiro responsável pelo plantão noturno e além disso, em áreas importantes, como sala de emergência, UTI e área vermelha 2 não foi verificado enfermeiro exclusivo em todo o período de funcionamento.

A presidência da Santa Casa solicitou uma reunião com membros da Força Nacional de Fiscalização. “A direção da Santa Casa se mostrou sensível aos apontamentos feitos pela fiscalização da Força Nacional e se prontificou a sanar as irregularidades o mais breve. Esclarecido que a ação compõe um processo administrativo de fiscalização e as notificações/relatórios com respectivos prazos serão formalmente encaminhados pelo Conselho Regional de Enfermagem do Mato Grosso do Sul e que as averiguações que não são de competência direta da Autarquia serão encaminhadas aos órgãos responsáveis”, relata a coordenadora da ação e membro da câmara técnica de fiscalização do Cofen, Dra Luana Ribeiro.

Hospital Universitário – No HU foram encontrados pacientes internados na recepção por falta de leito. Quanto a estrutura física do hospital, existem alas em condições precárias como a sala de parto, onde faltam pisos no chão. Medicamentos com prazo de validade vencido encontram-se em uso, podendo causar danos aos pacientes. A falta de materiais também é um fato que denota deficiência por parte da instituição, a exemplo de um frasco de água destilada improvisado com uma agulha no respiro, por ausência de ampola.

Também foi constatada a carência do “saco hamper”, usado para o correto acondicionamento das roupas sujas dispensadas nos hospitais, que pode evitar acidentes e potencial risco de dispersão de microrganismos, protegendo pacientes e os trabalhadores da área de saúde.

Ainda em relação à falta de estrutura física e de materiais, a fiscalização encontrou macas sendo usadas como cama, com colchões rasgados, sem condições de atendimento aos pacientes, além de uma paciente internada na recepção por falta de leito no hospital.

Hospital Regional – No HRMS, a fiscalização ocorreu durante toda a quinta-feira (24), onde foram visualizados corredores lotados de pacientes e que dificilmente estão recebendo a atenção necessária, devido o quadro diminuto de profissionais da Enfermagem.

Além disso, foram encontrados diversos medicamentos vencidos, nos setores da clínica médica e oncologia. Também foi constatado descarte inadequado de perfurocortantes, o que pode gerar o risco de acidentes.

Medidas – As instituições serão notificadas, emitidos prazos e o Coren – MS acompanhara a resolução dos problemas, monitorado pelo Cofen. No caso da permanência das irregularidades, esses processos serão encaminhados para as medidas judiciais e éticas cabíveis, que vão até de fechamento do setor/local até um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público Federal , que obriga a solução do problema.

Balanço – A Força Nacional de Fiscalização do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem abordou 3,2 mil profissionais da Enfermagem em quatro dias em campo, quantitativo que representa 15% dos mais de 21 mil profissionais em Mato Grosso do Sul. Em outros números, mais 1,3 mil leitos.

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